Frei Manoel Ferreira, ocd
Como uma pequenina semente lançada à terra, Maria Francisca Teresa nasce em Alençon em 02 de janeiro de 1883, filha de Luiz Martin e Zélia Guérin, um casal que vivia de forma exemplar o testemunho cristão. Teresa é caçula de nove filhos, dentre os quais cinco sobreviveram e tornaram-se religiosas consagradas. Teresinha é tida como a queridinha da família e vai crescendo como um pequeno e delicado botão de rosa, devido às condições frágeis de saúde. Mas as rosas também têm seus espinhos e as provações surgem logo na primeira infância, quando morre sua mãe. Teresa contava 4 anos e meio e recebera o cuidado das irmãs e do pai, que lhe assegurarão, com a graça divina, a superação da difícil perda.
Após a morte da mãe, a família Martin se muda de Alençon para Lisieux, onde Teresinha fará significativas experiências em sua vida de adolescente. Receberá uma grande graça no Natal de 1886, quando será purificada de seus caprichos infantis, empreendendo um novo caminho de maturidade humana e espiritual. Em 1887, seis meses depois da sua conversão, arde em desejos de entrar para o Carmelo. Impedida pela tenra idade, mas movida por grandes desejos, chega a ir a Roma com o pai, a fim de pedir ao Papa a permissão para a entrar. Mais tarde, nas vésperas de seus quinze anos, consegue seu intento, iniciando seu caminho no Carmelo de Lisieux em 1888 e recebendo então o nome de Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face.
No Carmelo, Teresa do Menino Jesus completará descobrirá seu caminho espiritual – o “caminho da infância espiritual” – e se entregará confiante ao Amor Misericordioso de Deus, que realizará nela grandes coisas. Impulsionada pelo Espírito Santo, alcança a santidade de vida, morrendo aos 24 anos, em 30 de setembro de 1897.
Santa Teresinha compreendeu e viveu bem o paradoxo paulino segundo o qual “é na fraqueza que a força se manifesta” (2Cor 12,9). Com efeito, foi assumindo a fraqueza, a pequenez da criança, que Teresinha experimentou o poder misericordioso de Deus em sua vida. Escolhendo o caminho de colocar-se como criança adormecida nos braços de seu pai, Teresinha conseguiu, sustentada por esses braços, ser elevada às alturas da santidade.
Canonizada pelo Papa Pio XI em 1925, foi declarada por ele Padroeira das Missões em 1927; e Doutora da Igreja pelo Papa João Paulo II em 1997.
Santa Teresinha é, assim, como um botão de rosa, que se abriu iluminada pelo Amor de Deus e desfolhou-se em graças pela Igreja.
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