Podemos dizer que a origem do Advento é incerta, ou seja não sabemos exatamente como surgiu e se desenvolveu. É um tempo litúrgico próprio do Ocidente, pois no Oriente existe somente uma breve preparação de poucos dias antes do Natal.
Desde o século IV se tem notícias desse Tempo que se caracteriza tanto em sentido Escatológico (espera da segunda vinda de Cristo) quanto como preparação para o Natal.
Atualmente, o Tempo litúrgico do Advento está estruturado em quatro Domingos: um primeiro período (do primeiro domingo até 16 de dezembro) com maior evidência ao aspecto escatológico e procura-se orientar as pessoas para a espera da vinda gloriosa de Cristo; um segundo período (do dia 17 a 24 de dezembro) uma orientação mais direta para a preparação do Natal (isso se pode notar de maneira especial nas celebrações eucarísticas e na liturgia das horas).
Durante o Advento se destacam algumas figuras bíblicas:
Profeta Isaías onde se encontra um eco da grande esperança que confortou o povo eleito durante os séculos duros e decisivos de sua história, segue sendo um anúncio de esperança perene para os homens de todos os tempos (Tradição antiquíssima e universal escolheu para o Advento a leitura do profeta Isaías);
João Batista, o último dos profetas, que sendo precursor do Messias tem a missão de preparar os caminhos do Senhor, de oferecer a Israel o “conhecimento da salvação” e, sobretudo, de apontar Cristo já presente no meio do seu povo;
Virgem Maria, com destaque à cooperação de Maria no mistério da redenção. Temos, dentro do Advento, a Solenidade da Imaculada Conceição que faz parte desse mistério. Maria que é protótipo da humanidade redimida, o fruto mais excelso da vinda redentora de Cristo.
O Advento nos lembra a “dimensão histórico-sacramental” da salvação. O Deus do Advento é o Deus da história, o Deus que veio plenamente para a salvação do homem em Jesus de Nazaré, em quem se revela a face do Pai.
A Igreja, na sua peregrinação terrena, vive continuamente a tensão do já da salvação toda realizada em Cristo e o ainda não da sua realização em nós e da sua plena manifestação na volta gloriosa do Senhor juiz e salvador.
Durante o Advento são importantes e essenciais algumas atitudes da parte dos cristãos: espera vigilante e jubilosa (em níveis de realidade e manifestação definitiva desta realidade, que é Cristo), esperança (este tempo celebra “o Deus da esperança”, esperança posta Naquele onde tudo é possível), conversão (a vinda de Deus em Cristo requer contínua conversão, é o convite de João Batista para preparar os caminhos do Senhor e acolher o Senhor que vem).
Frei Luís Fernando Negrão, ocd